quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

aniversário de Marla, feliz idades

Marla e Bel, duas lindas criaturas

Tem muita gente desocupada de muito por fazer e outras entretidas em não fazeres. E tu cheia de deliciosas querências, de majestosos quereres. Quando ainda haviam Guapuruvús em nossas manhãs, ouviam-se os gerândios mudos que en-cantam em suas amórficas edificações de palavras. Os versos que tu semeias, a pá-lavra! Porque Imhotep, no Egito, e Pacal, na América Central, ergueram as mais majestosas e retumbantes cidades para as mais majestosas civilizações; tudo feito na pedra, de pedra. Mas tu ergues um continente cheio de águas somente usando a palavra como matéria prima. A matéria etérea. E forja uma nova e majestosa incivilização. Sempre você sorri, mas nem sempre você só ri. É feito de rios o teu sorriso, de margens, de matas ciliares, de cílios e de ares. O teu sorriso também é repleto de lágrimas, como são a felicidade dos poetas e a alegria dos profetas. E eu sou cheio de ti, de ti sou pleno. Tenho saudade das manhãs manhosas em que tínhamos Guapuruvús!





Sorria sempre; como o sol que gargalha lágrimas em chamas, chamuscando toda a nossa miríade de interrogações cósmicas, as nossas divagações estelares. Galileu ouviu o universo gargalhar. Se tiver que chorar, não se reprima, chore muito e transbordante, como um mar revolto a ressaquear nas pedras duras e frias, britando a sua milenar indiferença. Na hora de amar, grite. E se tiver que chingar: esparre, espirre, esporre e espurre!





Lelê Teles, Brasília

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