minha queridíssima Camilinha
O sorriso dela socorre a linda gota de prazer que lhe escorre. Lejos, se muestra como se fuera una muñequita, una Coppelia. Cerca, abre-se como pétala; como leve pluma, levita; como se negasse o peso que a gravidade lhe dá ao corpo esbelto: uma pluma plúmbea!
Com os mesmos olhos que Franz mirava Coppelia eu via Camila: sua imobilidade movia tudo o que era vivo ao redor, movendo-se tudo parava. Meus pensamentos saltam, impulsionados por um demi-plié, a onírica mola de sonhos que me eleva e me leva a ela, e assim encontro minha entropia. Uma miríade de sensações palpitam corpo adentro.
Agora mesmo a vejo na varanda. Nossos olhares bailam num pas-de-deux de sorrisos. Hoje tenho uma caixinha dentro do coração. Nela, uma bailarina rodopia frente ao espelho, acompanhada por doces melodias que flutuam como bolhas de poemas ao ar. Com a graça das ninfas-nuas. Como a linda imagem de Camilinha a caminhar em nuvens.
Lelê Teles, Brasília
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