Pra Surama
Eu estava num daqueles dias de praia deserta
cavando poemas com o indicador
enfiando os pés na areia quente...
o corpo ensolarado de azuis
De repente
uma torrente de sensações
se infiltra em mim
ao longe ela vem chegando
Ao ouvir
o marulho que precede
o seu agigantar
todos em volta correm em polvorosa
Só eu fico inerte
sorridente, seduzido
após a grande vaga
ela chega e me invade
me descabela, me lambe...
eu mergulho netunicamente por seu corpo aquoso,
férvido, lânguido e lépido
ela penetra por minha boca e me suga
eu penetro-a por suas bocas desnudas
e juntos somos um jorro de delírio e delícia
pela manhã
ela recua sonolenta e lassa
e deixa em mim o sinal da ressaca,
do prazer
da devassa!
Lelê Teles, Brasília
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