quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

tsurama


Pra Surama



Eu estava num daqueles dias de praia deserta

cavando poemas com o indicador

enfiando os pés na areia quente...

o corpo ensolarado de azuis



De repente

uma torrente de sensações

se infiltra em mim



ao longe ela vem chegando

Ao ouvir

o marulho que precede

o seu agigantar

todos em volta correm em polvorosa

Só eu fico inerte

sorridente, seduzido



após a grande vaga

ela chega e me invade

me descabela, me lambe...

eu mergulho netunicamente por seu corpo aquoso,

férvido, lânguido e lépido


ela penetra por minha boca e me suga

eu penetro-a por suas bocas desnudas

e juntos somos um jorro de delírio e delícia



pela manhã

ela recua sonolenta e lassa

e deixa em mim o sinal da ressaca,

do prazer

da devassa!

Lelê Teles, Brasília



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