Lelê Teles, Brasília
terça-feira, 25 de novembro de 2008
E se você estivesse aqui
Lelê Teles, Brasília
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
mi payasita
todo en la vida es sueño
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
seus olhos garços
Tem uma coisa magnética nos seus olhos garços que não cabem nos meus versos, porque imantam tudo ao seu redor, como um buraco negro que se alimenta de universo; tem uma flor imarcescível que desabrocha quando você abaixa o seu olhar tímido, uma lâmina lânguida que dá vontade de lambê-la; uma lírica líquida.
Tem uma coisa aí que tenho medo de saber o que é realmente, temo decifrá-los e eles me devorarem.
Dá pra sentir o cheiro fragrante dos seus olhos como a gota de um suor que escorre dos lacrimais... tem uma coisa nesses olhos que é demais!
Lelê Teles, Brasília
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
cidadãos do mundo
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Morre Pierre Weill
Voa, vovô, voa
Vai, Pierre, Weill
Singra no ar com tuas asas alvas
adeja no mar como uma pomba náufraga
arrebenta sereno na beira do cais.
Pra sempre a lembrança:
A maturidade encanecida nos cabelos comprova
A vivacidade e a candura de um belo rapaz
Na maternidade estelar renasce como uma supernova
Vá Pierre,
em paz!
Lelê Teles, Brasília
terça-feira, 14 de outubro de 2008
quarta-feira, 21 de maio de 2008
lindas
temos giulita, uma joaninha sapeca, lépida e inteligente. amiga-nos, ama-nos, une-nos; ludicamente. temos como que um coração que se reparte em três, mas que não se divide. temos tantos momentos felizes juntos. tantos sorrisos, tantas ternuras. tantros... tantras...
e temos, ainda, uma vida inteira pela frente.
ecofagia ou eco-lógica
QUEREM A FLORESTA VIRGEM
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QUANDO FALAM EM MEIO AMBIENTE
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O QUE EU QUERO É
seu estrelo e o fuá de terreiro
sim, nós temos um mito. Lelê Teles, Brasília eu vi nascer um calango na cabeça do amigo. diferente de todos os calangos do cerrado, esse nosso pequeno dinossauro era um pterodáctilo empoeirado, um pégasus que rasteja, o mítico Calango Alado. e toda uma fauna exótica nascia com ele: elefante, gavião, caliandra, Sinhá, Biu, Cantadô, Pescadô... e cada minina bunita, cada pé de fulô. o folguedo se assanha a gritos, batuqes e apitos. a gente se assenta ao rito, à roda, ritmo e riso; e o troço mais bonito é o desenrolar deste mito. o povo se refestela, a fauna se gravanha, o coração da gente martela, a alma da gente se banha. Agradeço mil vezes a Tico, demiurgo criador encantado, que tem a alma suja de mangue e tem no sangue a poeira líquida do cerrado. | |||
segunda-feira, 31 de março de 2008
Gorete e a ressurreição
em segundo plano a turba curiosa, estupefata. à frente, com passos lentos, vai surgindo o moribundo agora vivo. Assim que transpõe o umbral da cova, a figura de Lázaro vai sendo preenchida pela luz quente das áridas paragens da Judéia. a turba recua um pouco, boquiaberta e assustada. Marta e Maria avançam lentamente para próximo do irmão.
Jesus permanece imóvel, impávido, incólume. Lázaro, então, rompe o silêncio: mas o que significa isso?, fala, olhando para as ataduras cheias de chagas que envolvia o seu corpo outrora moribundo. quem fez isso comigo?, pergunta, enfático e furioso.
os curiosos ficaram ainda mais assustados, recuando um pouco, chocados.
não seria fácil pra nós vivermos sem ti, Lázaro! disse Maria, sua irmã, enquanto Marta a afagava. Lázaro, colérico: então foi pra satisfazer vocês que me trouxeram de volta? quer dizer que enquanto vocês viverem eu terei que, uma vez morrendo, ressuscitar para fazê-las feliz, até que as duas morram?!
Jesus, então, resolve falar: Lázaro, Deus é contigo. felizes estão as tuas irmãs, e cheio de júbilo está o povo que presenciou mais uma das graças do Pai.
Lázaro, então, num ataque de fúria, se lança para cima do Mestre da Galiléia. por quê você fez isso comigo, cara? por quê me trouxe de volta?! e Lázaro olhava no fundo dos olhos-pélagos do Deus em carne. furioso: Você sabia onde eu estava; o que mais me indigna é que Você sabia onde eu estava! se Você teve o poder de me trazer de volta, Você poderia ter me perguntado se eu desejava voltar. Mas não. Você quis satisfazer a vontade de minhas irmãs e seguir na Sua campanha, no Seu proselitismo profético, às custas do meu amargo retorno. eu quero que Você me mande de volta, agora!
a turba urra de curiosidade, uns olhando para os outros, todos interrogativos. Lázaro volta para a tumba de onde saíra - sinistro ato -, e de lá grita: Jesus... não quero que ninguém entre aqui, nem Você e nem minhas irmãs, até que Você me mande de volta para o lugar de onde me tirou, sem pedir a minha permissão. as irmãs choram convulsivamente. Jesus coça a cabeça... cai o pano.
porra, Fabão. mas isso é muito forte. qual é o sentido de se encenar isso, cara? Gorete, tá afim ou não de dirigir a peça? não sei Fabão, lê de novo, tô confusa.
estávamos, eu e Gorete, num ritual nayambing, na chácara de uns amigos rastafaris, da Guiana Inglesa, ouvindo a deliciosa música gospel dos rastas, e o retumbar dos tambores sincopados. era lua cheia, e eu realmente gosto de estar com esses caras, é uma religião deliciosa e interessante a deles, e eles são puros e verdadeiros, isso me encanta, a mim e à Gorete.
numa pausa pra comer, eu lia pra Gorete uma peça que escrevi sobre Lázaro e gostaria que ela dirigisse. Gorete me disse que tinha white widow e ia acender um só pra ver se eu conseguiria convencê-la a dirigir a peça. como os tambores do nayambing, o white widow é irrecusável.
eu disse a ela, enquanto fumávamos, banhados pela lua e ao som longínquo dos tambores: Gorete, a ressurreição de Lázaro é uma contradição à pregação do mestre. como assim, Fabão?
Gorete, lembra que em Atos dos Apóstolos 3:1-10, Pedro e João encontram um coxo à porta do Templo, a esmolar? "não temos ouro nem prata, mas o que temos lhe damos, e fez o coxo andar normalmente", completou Gorete. e nós Gorete, não chegamos a conclusão no dia em que lemos isso juntos que não fazia sentido com a doutrina do Cristo? de facto, Fabão, chagamos a conclusão que o Mestre não curou ninguém que não tenha buscado a cura, a fé é que curava as pessoas, segundo a doutrina do Cristo; Pedro foi arrogante em seu proselitismo, fez o que nem o mestre teve o despudor de fazer. isso mesmo, Gorete, o homem pediu esmola e não que lhe retificassem as pernas; Pedro não podia se arvorar como mágico; a cura milagrosa e a fé caminham juntas.
no entanto, querida, em Lázaro, vemos uma única vez Jesus intervir por alguém que não clamou por ele. porra, Fabão, é isso! e Jesus, quando foi ressuscitado por Deus, ficou entre os vivos poucos dias, só até dar as últimas instruções aos discípulos, depois foi para as tais outras moradas, onde vive Jacó e Elias, que também não morreram, foram arrebatados para o "céu". por que diabos ele fez Lázaro viver de novo num lugar cheio de cegos, coxos, entrevados, mancos, prostitutas e sanguinários legionários romanos? o cara tava no paraíso! né não, Gorete?! e quer saber mais, querida, os egípcios também criam em ressurreição, por isso se enterravam com seus súditos e familiares, envoltos a todas as jóias que tinham. criam que, não importam para onde fossem, voltar pra cá seria sempre melhor. o Mulçumano que se explode por aí, crê no além, lá ele sabe como é, tem Alá e muitas mulheres virgens esperando-o para amar lascivamente. o cristão não sabe o que é o paraíso e talvez por isso não creia nele com tanto fervor. lembre de Peter Tosh: todo cristão quer ir pro céu, mas nenhum quer morrer! minha vó, Gorete, agonizava no leito de morte, já velha, sem andar, sem sentir o sabor das coisas e tendo que ser lavada por outras pessoas, assim mesmo ela se apegava ao terço e pedia a Deus que não a mandasse para o paraíso, ela queira continuar viva, mesmo que em condições degradantes; eu cheguei à conclusão que minha vó não cria com fervor que havia uma outra vida e um outro lugar.
os cristãos, Gorete, não contestam a ressurreição de Lázaro porque no fundo não crêem que Lázaro pudesse estar em um reino de bonança e paz, eles acham lindo a ressurreição de Lázaro, acham normal que Cristo tenha trazido alguém da "outra morada" para reviver no deserto da Judéia. ora, se Lázaro vivia aqui e morreu, logo ele vivia em outro lugar; elementar. ao voltar pra cá ressuscitado, teve que morrer no outro lugar onde vivia. a ressurreição é, por tanto, além da volta à vida, uma segunda morte!
e a onda do white widow bateu. ouvíamos o som longínquo dos tambores, de boca aberta e quase babando. e não dissemos mais uma única palavra. A lua também nada disse.
Lelê Teles, Brasília.
sábado, 29 de março de 2008
quinta-feira, 27 de março de 2008
terça-feira, 18 de março de 2008
sexta-feira, 14 de março de 2008
terça-feira, 4 de março de 2008
segunda-feira, 3 de março de 2008
a quem servem os motoboys?
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
sobre o trabalho
Lelê Teles, Brasília
hannah
Se te convidar pra caminhar, será pra correr, pra gente se esconder, ver a lua sumir e o sol nascer.
Lelê Teles
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
tanta coisa a gente quer ser na vida
Meu irmão quer ser moça.
Minha irmã: tirar foto, tirar roupa.
Eu só queria ser a piteira de um narguilé,
Lelê Teles
agora somos três
Defloravam-me em carícias
Ela é como uma santa impudente
Ígnea como um raio indecente
Dança também em leves rodopios
No caleidoscópio de meus encantos
O ventre agarra-me como grilhões
Os olhos fulminam-me vadios
gorete y el ojo de dios
el brillo fluorescente de esa estrella es consecuencia de la expulsión de los gases desde el centro. Esa es la rarísima Nebulosa de la Hélice, creada al final de la vida de una estrella. Solo se la puede ver cada 3,000 años.
gorete está a mi lado, mirando el imagen en un planetario. Sus ojos preguntan, pero mismo que sus labios sepan la respuesta no tienen, ahorita, ganas de decirla. Mi espíritu se aleja de mi cuerpo volando plúmbeo y flátulo, pesado y levísimo.
desde aquí, yo veo una miríada de imágenes e imagino sus sonidos, sus olores, sus sensaciones. Gorete, siempre interrogativa y deísta, mira El Ojo de Dios y se siente una venturosa chica elegida por la Providencia; a mi me parece bien que así le sea, a veces tengo ganas de sentir lo mismo que siente Gorete en algunas ocasiones, su creencia amplifica su placer, su deleite; yo, por mi lado, tengo siempre que racionar lo que siento, haciendo con que la cosa sea una mala onda, sin una plenitud!
intento una ves más mirar El Ojo de Dios, aunque no lo consigo, pero si miro los ojos de Gorete es como se contemplase todas las elucubraciones de las teologías; Gorete es una miríada de emanaciones divinas, aun que ella no lo sepa.
camilinha, como uma coppelia
Lelê Teles, Brasília
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
pangrafismo
Lelê Teles, Brasília
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Fuleiragens aforísticas
Fuleiragnes Aforísticas Políticas
O escroque, influenciado por políticos, se põe a pensar:
Ora, se até o Celso Pitta, eu também quero pitar.
Fuleiragens Aforísticas Existenciais
Razão para os homens e ração para os animais.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
poema para os pássaros e para os peixes
Quando a gente acende a luz, pra onde vai a escuridão?
Lelê Teles, Brasília
e ela é tão linda
Lelê Teles, Brasília.
carnaval, carne levare
Carnaval deriva de carne levare
ou
adeus à carne.
ou
À DEUSA CARNE